11 de dezembro de 2009

TODOS PODEM ENCONTRAR JESUS


Bento XVI: todos podem encontrar Jesus
O Papa dedica a catequese de hoje ao monge beneditino Ruperto de Deutz
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
ZENIT.org).- Todos nós podemos “encontrar o Senhor  Je-
sus, que incessantemente acompanha nosso caminho,  faz-
se presente no pão eucarístico e em sua   palavra  para
a nossa salvação”, afirmou hoje Bento XVI, por  ocasião
da audiência geral dedicada ao monge beneditino  do sé-
culo XII Ruperto de Deutz. Durante o encontro realizado
 na Sala Paulo VI, o pontífice recordou os   ensinamen-
tos mais significativos deste importante teólogo,   que 
soube “conjugar o estudo racional dos mistérios  da  fé 
com a oração e a contemplação, considerada como  o cume 
de todo conhecimento de Deus”. Em  uma  época  “marcada
pelos enfrentamentos entre o papado e o império,
por causa da chamada ‘querela das investiduras”, Ruper-
to soube escolher o caminho do exílio para poder perma-
necer fiel ao pontífice, mostrando que, “quando surgem- 
controversas na Igreja, a referência ao  ministério pe-
trino garante a fidelidade à sã doutrina e dá serenida-
de e liberdade interior”.Ruperto, segundo  recordou   o
Papa, interveio   em  várias  importantes    discussões 
teológicas da sua época, como “decidido defensor do re-
alismo eucarístico”  contra  os que propugnavam “inter-
pretação reducionista da presença de Cristo no sacramen-
to  da Eucaristia”.  Este é um ensinamento de grande a-
tualidade  para  a nossa época, explica o Papa, na qual
“existe o perigo de redimensionar o realismo eucarísti-
co, isto é, considerar a Eucaristia  quase como somente
um rito de comunhão, de socialização,  esquecendo muito
facilmente  que na  Eucaristia  realmente está presente
Cristo ressuscitado – com seu corpo ressuscitado –, que 
se coloca em nossas mãos para fazer-nos sair de nós mes-
mos, incorporar-nos ao seu corpo imortal e guiar-nos as-
sim à vida nova”.

Outra controversa da qual o monge de Deutz participou
estava relacionada à “conciliação da bondade e onipotên-
cia
de Deus com a existência do mal”.
O abade reagiu contra a postura assumida pelos professo-
res da escola teológica de Laon, que afirmavam que “Deus 
permite o mal sem aprová-lo e, portanto, sem querê-lo”.
Ruperto, explicou o Papa, “parte da  bondade de Deus, da 
verdade de que Deus é sumamente bom e não pode deixar de
querer  o bem. Assim, identifica a origem do mal no pró-
prio homem e no uso equivocado da liberdade humana”.
“Quando Ruperto  enfrenta  este  tema,  escreve  páginas
cheias de inspiração religiosa para louvar a  misericór-
dia infinita do Pai, a paciência e a benevolência de Deus
pelo homem pecador.”
Como  outros teólogos do Medievo, também  Ruperto se per-
guntava por que o  Verbo de Deus, o Filho de Deus, se fez
homem, afirmou o Papa, acrescentando que a sua é “uma vi-
são cristocêntrica da história da salvação”.
Ruperto “sustenta a  postura de que a Encarnação, aconte-
cimento  central  de toda a história, havia sido prevista
desde a eternidade, ainda  independentemente do pecado do
homem, para que toda a  criação pudesse louvar Deus Pai e
amá-lo como uma única família reunida ao redor de Cristo,
o Filho de Deus”.
Ele “vê então,  na mulher  grávida do  Apocalipse, toda a 
história da humanidade, que  está orientada a Cristo, as-
sim como a concepção está orientada ao parto, uma perspec
tiva que foi desenvolvida  por outros  pensadores e valo-
rizada também pela teologia contemporânea, a  qual afirma 
que toda a história do homem e da humanidade é  concepção
orientada ao parto de Cristo”.

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